terça-feira, março 29, 2005

Para todos

Pablo Neruda - Quem Morre

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is"
em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz
com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que
conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Migaaaaaaaaa!!!!!!
Entrei no seu blog!!!!! Finalmente!!!
Miga, tô morrendo de saudades de vc... até cheguei a me perguntar se vc havia ido pra Londres com o Bruno..... rsrsrs
E por falar em Bruno, como ele está??? E akele monte de fotos que vc ficou de me mostrar, hein???
Te amo, migona!!!!!!!
Bjokas
Kel

6:52 PM  

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