terça-feira, junho 07, 2005

Cocanha – uma país imaginário

A Fábula da Cocanha é do século XIII, de autor desconhecido, do norte da França, e crítica a sociedade medieval, especialmente a Igreja. Trata-se de um país imaginário, onde reina a harmonia social, a liberdade sexual, a ociosidade e onde não há sofrimento, lá quem mais dorme mais ganha e a mulher que realizar seus desejos será ainda mais honrada. Infelizmente por ser longa, não publiquei-a na integra, os que quiserem completar esta agradável leitura, me mandem o e-mail que estarei enviando a versão sem cortes.

Escute agora quem esta aqui/ Todos devem ser meus amigos
E me honrar como pai,/Pois é correto e lógico que apareça
A grande sabedoria que Deus me deu,/Antes de contar
O que vocês escutarão e /Muito os alegrará./Não tenho muita idade, mas
Nem por isso sou menos sábio./Uma coisa vocês devem saber:
Barba grande não significa sabedoria: (...)
O jovem é muito sensato/ Ao apostolo de Roma
Fui pedir penitência,/Ele me enviou a uma terra (...)
O nome do país é Cocanha;/Lá quem mais dorme ganha: (...)
Quem dorme até o meio – dia/ Ganha cinco soldos e meio (...)
Os caibros lá são esturjões/ Os telhados de toucinho
As cercas são de salsinha./ Existem muito naquela terra de delícias, (...)
Encontram – se mesas postas/ Com toalhas brancas,
Onde se pode beber e comer/ Tudo o que se quiser sem problema;
Sem oposição e sem proibição/ Cada um pega tudo o que seu coração deseja,
Uns peixes, outros, carne/ Se alguém quer carne(...)
Corre um riacho de vinho./As canecas aproximam – se dali por si sós,
Assim como os copos/ E as taças de ouro e prata. (...)
Quem quiser e só chegar,/ pegar pelo meio ou pelas margens,
E beber em qualquer lugar /Sem oposição e sem medo.
Seis semanas tem lá o mês./ Quatro Páscoas têm o ano,
E quatro festas de São João./ Há no ano quatro vindimas,
Feriado e domingo todo dia, /Quatro Todos os Santos quatro Natais,
Quatro Candelárias anuais,/ Quatro Carnavais,
E Quaresma, uma a cada vinte anos, (...)
Para todos, eu sei porque vi./ Ali pega – se tudo à vontade.
O país é tão rico / Que bolsas cheias de moedas
Estão jogadas pelo chão (...)
As mulheres dali, tão belas/ Maduras e jovens,
Cada qual pega a que lhe convém,/Sem descontentar ninguém.
Cada um satisfaz seu prazer/ Como quer e por lazer;
Elas não serão por isso censuradas,/ Serão mesmo muito mais honradas.
E se acontece por ventura/ De uma mulher se interessar
Por um homem, / Ela o pega no meio da rua
E ali satisfaz seu desejo./ Assim uns fazem a felicidadedos outros.
E digo a verdade a vocês,/ Nesta terra abençoada (...)
Pois fui louco/ Quando de lá saí:
Mas meus amigos eu queria/ Para aquela terra levar.
Junto comigo, se pudesse./Mas desde então não posso lá entrar.
O caminho que se seguira,/ Nem a trilha, nem a estrada.
Jamais pude encontrar.
(...)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

tem certeza q o nome dessa terra ñ é Pasárgada?
ai q vontade... fikei esperando pra ler..."há prostitutas bonitas pra gente beijar", fikei esperando ver manuel bandeira no final... como é parecido...
e olha só... acho q os sonhos são sempre iguais: descanso, liberdade, sexo, amor; mas a foda é q a gente deixa de sonhar e acaba se ferrando nessa merda q é a realidade.
dorei o texto, KK, me manda na íntegra.
te amo pra kct
fafazuda

10:17 AM  
Anonymous Anônimo said...

salve, salve. a pergunta das vozes em minha cabeça é: como podemos fazer dessa terra cinza em que vivemos algo parecido com o está no texto? é pensar e, muitas vezes, desanimar... beijão na testa e se cuida. ps: me manda o texto na íntegra também, por favor (t.roque@uol.com.br).

2:52 PM  

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