terça-feira, janeiro 03, 2006

Viagem a Bahia - Parte II

As colônias de férias começaram dia 26, a primeira, na qual fiquei , era com crianças de 8 até 10 anos.
A troca cultural em Taizé é muito grande. No grupo de monitores, tínhamos, um francês, duas alemãs, um sergipano, 3 baianos, 1 chilena, e 4 paulistas.
Também pude conviver com uma irmã do Congo.
Todos me alertaram que as crianças são extremamente violentas e sem limites, e realmente, tinha horas que parecia rebelião da Febem. Literalmente. Pedaço de vidro na mão sobre a caixa de água, algo assim. Mas é uma dose tão grande de amor que estas crianças recebem de todos os lados estes dias, que chega uma hora em que elas vão voltando a ser crianças que só querem um colo.
Muitas crianças são carinhosas, mas muitas não aceitam que você toque nelas, é muito bom ver isso ir mudando. É muito bom passar horas na gangorra, é muito bom, estar com elas nas orações, apesar da "zuada", é muito bom sair correndo pra pegar caju no pé, é muito bom deitar pra ouvir histórias do Ir. Michel, e de repente, ter 15 crianças no seu colo, ou te fazendo cafuné.
Durante a colônia, as crianças vão a um parque de diversões e numa piscina. E ficar olhando de longe, elas pulando, rindo, saber que pelo menos por uma semana, elas não tem que fazer outra coisa, a não ser brincar, foi muito bom.
Quando a colônia acabou, fiquei mal, mal, chorei muito ao ver as crianças indo embora, com suas sacolinhas na mão, e saber que iam voltar pra aquela vida sofrida. E saber que não podia fazer nada, só me consola saber que o ano todo, elas tem uma hora e meia pra ir brincar em taizé, onde lancham também.
Não dá pra explicar direito, só vivendo a experiência.
Só posso dizer que quero voltar logo, porque to morrendo de saudades das crianças.
Voltei carente pra SP.
Saudades de ver as crianças sentadas no pé de jaca, saudade de entrar em Taizé e sentir cheiro de caju, saudade das orações, saudade de gritar "diga ua chica bom" , saudade dos grandes amigos que pude fazer lá.